Sou um romântico incorrigível, e sendo
assim, posso afirmar categoricamente: amor dói, muito. Paixão dói mais ainda e
a ausência de correspondência em qualquer dos dois casos, enlouquece qualquer
ser humano, independente de credo, cor, posição social ou formação. Dizem que,
o tal do coração trai nossos sentidos e nos apaixonamos por quem menos
queremos. É claro que esse é um sentido figurado para dizer que nosso coração,
na verdade, pulsa desesperadamente quando pensamos, falamos ou quando estamos
com aquele alguém. Para começar a discorrer sobre assunto tão inexplicável, é
importante que consideremos que neste caso, muito certamente, o equilíbrio
entre razão e emoção é uma linha tênue, fininha, transparente e frágil.
Quando estamos apaixonados, perdoamos todo
tipo de maus tratos e mentiras. Como se não conseguíssemos enxergar além da
névoa. Cegos, vemos beleza em tudo e nos dobramos aos caprichos da natureza.
Daquela alma sem misericórdia que pisa nossa alma com seus sapatos de pedra.
Curioso como nos vemos loucamente apaixonados por pessoas que, aparentemente,
nada tem a ver como nossos projetos. Até uma colega de trabalho com quem
convivemos durante anos, de forma absolutamente descompromissada, pode vir a
ser a culpada pelo redemoinho de emoções no qual nos enfiamos, desejando nunca
mais sair. Paixão é uma força intensa que entorpece nossos sentimentos e,
justamente por ser um misto de sensações, nos deixa, geralmente, muito
vulneráveis e instáveis, sob todos os aspectos. Paixão normalmente acontece uma
vez, duas no máximo, na vida de uma pessoa. Dura um tempo geralmente curto, mas
é intenso, voluptuoso, avassalador, desesperador e precisa de respostas. Paixão
esgota as energias e a vontade de reagir. A paixão nos torna passionais.
Absolutamente passionais. Entregues à própria sorte, que pode vir a ser a
transformação para um amor eterno ou um naufrágio imensurável, de onde é bem
difícil sair ou querer sair. Apaixonar-se! Viver intensamente alguém! Alguém
que muitas das vezes não nos quer, é algo que dói muito, muito além da
compreensão humana. Arrancar o coração do peito doeria menos que a dor de
paixão, mas não resolveria, porque essa tal dor finca raízes na alma, nossa
verdadeira essência que habita no corpo físico.
E o amor? Normalmente, quando amamos, queremos
fazer tudo pela pessoa amada e também queremos estar junto dela para usufruir
dos momentos únicos do resultado do enlace de almas gêmeas. Para compreender
melhor o amor, talvez devêssemos mesmo procurar entender os seus vários
“tipos”. Alguns são originalmente do Grego e outros vem sendo “descobertos” em
meio às vivências do mundo moderno: O amor Eros envolve forte atração física e
desejo sexual; O amor Ágape, em grego, significa altruísmo, generosidade e a
dedicação ao outro vem sempre antes do próprio interesse; O amor Mania é a
paixão obsessiva e ciumenta; O amor Ludos representa o fato de que o desafio da
conquista é mais atraente do que a pessoa que se tenta seduzir; O amor Storge,
nome da divindade grega da amizade, diz que
a atração física não é o principal. Nada de noites incandescentes. O que
conta é a confiança mútua e os valores compartilhados; Já o amor Pragma
representa bem o estilo de quem prioriza o lado prático das coisas . O
indivíduo avalia todas as possíveis implicações antes de embarcar num romance.
Se o namoro apresenta ter futuro, ele investe. Se não, desiste, e pronto.
Se seu coração amoroso vem sofrendo
muito com a insensibilidade atual da raça humana, talvez seja hora de tentar
descobrir se, o que você sente é paixão, algum “tipo de amor” ou apenas uma
enlouquecedora sensação de solidão em meio à multidão, pedindo uma alma
companheira para suprir a carência existente. A solidão machuca profundamente
os corações e almas no século XXI. Mais ainda que em qualquer outro espaço temporal
da história humana.
Uma frase para finalizar? Apaixone-se
loucamente! Ame! Sinta-se despedaçar-se em mil emoções desencontradas e
incontroláveis! Ame! Pelo menos terá alguma coisa para contar ou para lembrar
quando o seu tempo tiver passado.
Carpe Diem!
Luiz Loiola